quarta-feira, 27 de julho de 2011

Margarida Maria Alves

Foi presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande. Filha mais nova de uma família de nove irmãos, foi ela que esteve à frente, enquanto sindicalista rural eleita para a presidência do sindicato em 1973, da luta por direitos básicos dos trabalhadores rurais em Alagoa Grande, tais como carteira de trabalho assinada e 13º salário, jornada de trabalho de 8 horas e férias.

Durante o período em que esteve à frente do sindicato — sendo a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar —, ela foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho local. Sua atuação no sindicato entrou em choque, portanto, com os interesses do proprietário da maior usina de açúcar local (a Usina Tanques), de alguns senhores de engenho, remanescentes do período em que os engenhos dominavam a economia açucareira local e estadual, e de fazendeiros não ligados à lavoura da cana. O proprietário da Usina Tanques era o líder do chamado "grupo da Várzea" e o seu genro, então gerente da usina, foi acusado de ser o mandante do assassinato de Margarida Maria Alves no dia 12 de agosto de 1983.


Ela foi assassinada por um matador de aluguel com uma escopeta calibre 12. O tiro a atingiu no rosto, deformando sua face. No momento do disparo, ela estava em frente à sua casa, na presença do marido e do filho. O crime foi considerado político, e comoveu não só a opinião pública local e estadual, mas nacional e internacionalmente, com ampla repercussão em organismos políticos de defesa dos direitos humanos. Margarida dizia que "é melhor morrer na luta do que morrer de fome", por isso é considerada um símbolo na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais.

Recebeu, postumamente, o prémio Pax Christi Internacional em 1988.


Museu Margarida Maria Alves

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